quarta-feira, 13 de abril de 2011

A proteção das crianças na era digital



Reunida em Viena, na Áustria, desde o último dia 11, a XX Sessão da Comissão de Prevenção ao Crime e Justiça Criminal das Nações Unidas discute a “Proteção das crianças na era digital: o mau uso da tecnologia no abuso e exploração sexual de crianças”. O encontro encerra-se nesta sexta-feira (15) e conta com representantes de 40 países, inclusive do Brasil, e também discute crime organizado, corrupção, lavagem de bens, tráfico de seres humanos e de armas de fogo.

Não é à toa que o assunto foi parar no comissariado da ONU. Nesta quarta-feira (13), o noticiário local [link abaixo] mostrou que um adolescente  desaparecido em São Paulo veio parar em Maceió, onde chegou em um ônibus clandestino, que lhe permitiu viajar para tão longe sem acompanhante nem autorização expressa dos responsáveis legais. Segundo a reportagem, o menino, desaparecido em Praia Grande (SP) no dia 29 de março, chegou a Maceió movido por uma paixão virtual.

A reportagem informa que o adolescente de 15 anos conheceu a jovem de 19 anos por quem se apaixonou pela internet e passou a se comunicar com ela de uma lan house perto de casa, até que descobriu seu endereço e deu início à aventura que ainda não terminou, mas não teve maiores consequências, porque foi localizado, depois que seus pais procuraram a polícia local e o conselho tutelar do município onde moram. Também contaram com a colaboração dos amigos do menino a quem ele confidenciara o desejo de materializar a relação virtual e do proprietário da lan house, que facilitou o rastreamento do material acessado. 

As estatísticas de crianças desaparecidas – veja link nesta página – aumentam e a realidade virtual, ao acesso de todos, inclusive das crianças,  é motivo de preocupação para os pais, que nem sempre contam com mecanismos seguros de vigilância. Nascidos na era digital, meninos e meninas são muitas vezes mais informados sobre acessos e proteção de dados que seus pais. 

O movimento Criança Mais Segura na Internet [www.criancamaissegura.com.br] é um importante mecanismo de ajuda aos pais e de orientação para as crianças sobre posturas e navegação segura. O site dispõe, inclusive de uma cartilha dirigida às crianças, escrita em linguagem simples e clara, com dicas sobre as melhores práticas de tornar o acesso à internet produtivo e seguro.

Cartilhas não falam sozinhas. Os pais têm que procurar se atualizar sobre instrumentos de navegação segura, orientando os filhos e acompanhando seus movimentos pelas redes sociais para evitar que eles sejam atraídos por criminosos ou pratiquem, eles próprios, atitudes inadequadas.

O assunto que mobiliza a comissão da ONU neste momento inclui a discussão de temas como o mau uso das novas tecnologias para o abuso e a exploração de crianças, inclusive por meio das redes sociais e das mensagens de texto via celular; a criação de sistemas de coleta e análise de dados para a proteção de crianças e adolescentes; o papel da iniciativa privada na área de novas tecnologias e outras áreas relevantes em relação ao abuso e à exploração de crianças; o impacto do cibercrime sobre vítimas de menor idade; métodos de prevenção do cibercrime contra crianças e adolescentes, inclusive por meio da educação, da conscientização e do uso de técnicas como o envio de mensagens de advertência e a mudança de tecnologias; as formas de cooperação regional e internacional, inclusive com a iniciativa privada, para a prevenção e a repressão a esses crimes; e a capacitação das autoridades na área do cibercrime contra crianças e adolescentes.

Representam o Brasil na comissão o procurador regional da República Wellington Cabral Saraiva, que atua na Procuradoria Regional da República da 5ª Região, sediada no Recife, a coordenadora-geral de Combate aos Ilícitos Transnacionais do Ministério das Relações Exteriores, Virginia Toniatti, e representantes do Ministério da Justiça.

Seguem links para mais informações:

http://www.pral.mpf.gov.br/noticias/arquivo/encontro_da_onu_aborda_proteo_das_crianas_na_era_digital/



Um comentário:

  1. Vale a pena conhecer a metodologia jornalística adotada pela equipe do Jornal Futura. Experiências belíssimas em abordagens cheias de responsabilidade social. cultural, educacional etc .

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